Intuição, uma amiga fiel
A história de Maria Domitilla, que escutou o coração para colocar em prática a sua paixão por ajudar
A história de Maria Domitilla, que escutou o coração para colocar em prática a sua paixão por ajudar
Algumas pessoas levam a vida em sintonia com mente e coração, e consideram a intuição como uma melhor amiga, uma voz que sempre deve ser escutada. Para Maria Domitilla, de 32 anos, é assim que funciona. “Desde que eu me conheço por gente eu sigo o que meu coração está falando, mesmo que na hora não faça sentido ou até mesmo quando eu sou incompreendida por muitos”, conta.
Domi, como muitas pessoas a chamam, tem uma vida agitada e divide seu tempo entre cuidar de animais e proteger as pessoas. Ela decidiu, há mais ou menos sete anos, que queria ser policial. Como sempre foi apaixonada por bichos, nessa época já fazia resgates por conta própria. O que as duas coisas têm em comum? Segundo ela, tudo, mas principalmente a vontade de ajudar.
A decisão de virar policial veio de repente. “Eu já era formada em administração, mas não estava satisfeita com a minha vida. A vontade de ser policial me pareceu vir do nada. Hoje, acho que o desejo sempre existiu, e eu só não sabia direito o que era. Sentia que precisava fazer mais, que queria ajudar a combater os problemas que assustam tantas pessoas”, conta. O que Domi fez quando escutou o coração e decidiu que queria ser policial? Começou a estudar e a se dedicar. Simples assim.
Já o amor pelos bichinhos é algo que a acompanha há muito tempo. “Acho que peguei essa paixão da minha mãe! Há anos que eu resgato, castro, cuido e doo. Mas minha relação com os animais mudou quando meu irmão adotou um vira-lata, o Sheldon! Infelizmente ele morreu com apenas dois anos, na época do Natal! Foi horrível, mas algo me dizia que esse momento ruim tinha que servir para alguma coisa. Minha intuição, que sempre falou mais alto, me levou à ONG Amigos de São Francisco. Chegando lá, encontrei e adotei um cachorro igual ao Sheldon, e conheci um parceiro deles, o projeto Desabandone, que faz campanha contra o abandono de animais.
Foi então que Domi começou a trabalhar no Projeto Desabandone como uma “faz tudo”, sempre disposta a ajudar os cachorros e gatinhos desamparados. Até que um desafio fez com que sua intuição, mais uma vez, entrasse em ação. “Há uns 4 anos recebemos uma denúncia de maus-tratos de uma acumuladora de animais em Guarulhos. Uma protetora do projeto foi para lá e resgatou alguns animais em péssimo estado. Na época, estávamos com a corda no pescoço, cheios de dívidas e eu sabia que não podíamos resgatar mais, mas alguma coisa me falava que eu precisava voltar naquela casa. Durante a noite não conseguia dormir e, quando acordei, simplesmente fui. Ainda bem! Eram mais 55 animais precisando de ajuda e nós resgatamos todos. Foi nessa época, e com a repercussão desse caso, que o Desabandone se transformou em uma ONG”, lembra.
Desde então, Domitilla aumentou seu tempo de dedicação por lá. “Eu sou fundadora da ONG e tesoureira. Mas, claro, ajudo com tudo. Auxilio os veterinários, passeio com os cães, resgato animais em situações emergenciais e, por causa do meu trabalho, também sou consultora de segurança”, conta.
O “feeling”, como Domi gosta de chamar sua intuição, sempre está com ela. "No trabalho policial é necessário você escutar aquela voz interior. Se alguma coisa me diz que eu preciso seguir um caminho, é esse caminho que vou seguir”, explica.A voz que vem do coração ajuda a protetora de animais a resgatar bichinhos maltratados e, mais do que isso: a intuição ajuda no dia a dia como policial civil. “Sempre falo para meus amigos: se você ficou com medo, sentiu que algo é suspeito, o coração disparou, sai de perto, se protege, entra em algum estabelecimento. Lembre-se que a intuição é poderosa e dificilmente falha”, finaliza.