Imagine a seguinte situação: sua melhor amiga teve um dia ruim e liga para você. Depois de contar todos os problemas que aconteceram no trabalho, em casa e até na rua, você resolve jogar aquela pá de terra que faltava para enterrá-la de vez: "Ah, você merece mesmo um dia péssimo. Tudo o que você faz é errado, só pisa na bola. Você não tem jeito".

Se você ficou ofendida ao ler essas coisas e tem certeza de que nunca faria isso com alguém que você ama, ótimo. Agora, troque sua melhor amiga por você. Há grandes chances de, sem perceber, você repetir para si mesma essas coisas e até mesmo outras bem piores. Então que tal escutar seu coração para começar a pegar mais leve com você mesma?

Reconheça as vozes dentro de você

Todas nós temos diferentes vozes dentro de nós, mas duas costumam se destacar. Uma é aquela que nos apoia e incentiva, enquanto a outra é crítica e só nos coloca para baixo. Ambas têm um papel a desempenhar, seja para nos encorajar, seja para nos ajudar a reconhecer onde erramos e o que precisamos fazer para melhorar. O primeiro passo, então, é reconhecer como estas duas vozes se manifestam e, principalmente, quando elas aparecem.

Para a maior parte das pessoas, quando nossa crítica interna começa a se destacar, fica cada vez mais difícil escutar a intuição. A longo prazo, isso mexe com a nossa autoconfiança e, consequentemente, com nossa saúde física e emocional.

Observe sua crítica interna

Agora que você já conhece as vozes dentro de você, observe mais atentamente como a sua crítica interna funciona. Perceba qualquer minimização dos seus sentimentos e sensações ou ainda quando seus pensamentos menosprezam suas conquistas. "Ah, mas qualquer uma poderia ter feito isso", "Não ficou perfeito", "E todas as vezes que você pisou na bola?"

Para nossa sorte a crítica interna pode ser educada, mas é preciso disciplina para cultivarmos a aceitação e a compreensão com nós mesmas. Fique atenta toda vez que sua autocrítica começar a repetir frases com o objetivo de desencorajar ou envergonhar você. Se surgir aquela voz na sua mente botando você para baixo, respire fundo e responda que tudo bem, você é humana e pode errar.

Incentive sua "apoiadora" interna

Agora que você já conhece sua crítica interna, está na hora de apresentá-la à sua "apoiadora" interna. É aquela voz que diz "calma aí" quando surge a autocrítica exagerada e apresenta todos os argumentos contrários. Imagine essa voz como uma advogada bem vestida, poderosa e que realmente sabe do que está falando.

Quer fornecer bons argumentos para ela? Então todos os dias, antes de dormir, faça uma lista das suas conquistas e vitórias. Escreva todas as coisas legais que você conseguiu fazer, desde as mais simples, como fazer uma atividade física, resolveu um problema no trabalho ou foi gentil com alguém. Quanto mais você foca nas coisas boas, menos espaço você deixa para as ruins.

Lembre-se dos benefícios

Escutar seu coração e amplificar a voz da sua "apoiadora" interior não só te ajuda a pegar mais leve com você mesma, mas também traz uma série de benefícios físicos e emocionais. Isso inclui aumentar a motivação, turbinar a felicidade, melhorar a autoconfiança e nos tornar mais resilientes. De quebra, ainda ajuda a reduzir a ansiedade, depressão e estresse.