Se o título deste texto chamou sua atenção, há grandes chances de em algum momento você já ter questionado se seus pensamentos são o produto de uma mente ansiosa ou algo mais intuitivo e real. Essa dúvida costuma vir acompanhada de uma frustração e, nessas horas, a ideia de seguir o coração parece impossível. Afinal, será que dá para confiar em si mesma e diferenciar a intuição da ansiedade?

A resposta é sim. Na verdade há mais de uma forma de reconhecer a ansiedade. A principal delas é aquela sensação sufocante a cada 20 segundos de que algo (ou tudo) vai dar errado. O problema é que às vezes esse sentimento é tão forte e estamos tão fragilizadas que nossa reação é aceitar isso como uma verdade incontestável e definitiva. Precisamos respirar fundo para perceber que não passa de incômodo passageiro.

Reação em cadeia
Você já parou para pensar o que desencadeia sua ansiedade? Muitas vezes olhamos apenas os sentimentos e as sensações que temos nessas situações, como a tensão, o medo e a preocupação excessiva. A razão para a causa da ansiedade é diferente para cada pessoa, mas existe uma combinação de fatores que merecem a nossa atenção.

Um problema de saúde com você ou com alguém que você ama, por exemplo, pode estimular as suposições mais trágicas possíveis. O excesso de café e a alimentação incorreta — pular refeições, por exemplo — também.

Festas e eventos sociais em que você terá de interagir com pessoas desconhecidas são outros fatores que podem desencadear sua ansiedade, assim como ter de falar ou se apresentar em público. Situações de conflito, estresse e preocupações com dinheiro aumentam ainda mais a lista de estímulos. O importante é que, sabendo das possíveis causas, você consegue identificar se está mais predisposta a se sentir ansiosa e antecipar suas reações.

Quebrando o ciclo
Pode parecer óbvio, mas, para restabelecer a conexão com sua intuição, é preciso reduzir situações e o contato com pessoas que desencadeiam sua ansiedade. É claro que, dependendo da realidade de cada pessoa, pode ser impossível. Mas se você sabe que discutir com alguém só vai te deixar mais ansiosa, tente criar algum tipo de estratégia para evitar o conflito. Muitas vezes, uma pequena mudança pode ter um efeito enorme na sua qualidade de vida.

Outra dica pode ser observada nos jogos de vôlei. Quando um time adversário pega o embalo e começa a jogar muito bem, o técnico pede um tempo para esfriar os ânimos. Se você sentir que uma situação está prestes a sair do controle, peça um tempo para si mesma e afaste-se da situação para respirar e esfriar a cabeça. Durante esta pausa, inspire e expire profundamente 10 vezes, soltando o ar devagar e tentando relaxar a musculatura.

Presente x futuro
Outra forma de diferenciar a intuição e a ansiedade é que, enquanto a intuição nos ajuda a focar no presente, a ansiedade faz com que nos concentremos somente no futuro, criando desfechos irracionalmente negativos para qualquer situação. É como se todos os nossos medos se concretizassem, mas na verdade eles existem somente na nossa cabeça.

Quando nos sentimos ansiosas, dificilmente conseguimos ignorar as sensações, que parecem uma criança birrenta exigindo atenção. Os pensamentos martelam na nossa cabeça e, por mais absurdos que pareçam, não indicam soluções práticas para nossos desafios.

Escutar nosso coração é uma maneira de nos mantermos no presente, sem tentar prever o futuro. Quando estamos atentas ao momento, somos capazes de reconhecer padrões e conectar os pontos que nos levam a fazer as escolhas certas. Exatamente por não ser insistente, a intuição muitas vezes passa batido, sem que a gente perceba que está ali.

Aprender a reconhecer a ansiedade é o primeiro passo para lidar com ela. Manter algum tipo de registro escrito, descrevendo pensamentos e sensações em momentos de estresse podem ajudar você a entender melhor as situações em que sua mente fica mais agitada e refletir sobre como lidar melhor com isso.